Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário é o mais novo filme da famosa franquia de anime e mangá que fez tanto sucesso aqui no Brasil nos anos 90. O projeto prometia uma completa repaginação da história original e foi anunciado pela Toei como um remake da primeira temporada da série adaptado para os cinemas em forma de homenagear Masami Kurumada pelos 40 anos de sua obra. O filme aposta em um enredo (nem tão) novo e em gráficos modernos, feito totalmente em CG, assim como uma linguagem mais leve. Tudo isso com um único propósito: trazer a nova geração de espectadores para o mundo de Saint Seiya.
O que vemos na telona é, de fato, algo bem diferente do que
os fãs do anime estão acostumado, principalmente devido ao visual do filme.
Apesar do grande pessimismo do fandom da franquia envolvendo os gráficos em CG,
essa talvez seja a melhor coisa de toda a obra. As novas armaduras e os
cenários são lindos. E os efeitos das batalhas elevam Cavaleiros do Zodíaco a
um novo nível. Outro ponto que merece ser elogiado é a dublagem. Praticamente
todos os dubladores da série original foram mantidos e o trabalho foi impecável,
contribuindo para firmar aquele clima gostoso de nostalgia.
Quanto ao enredo, várias coisas realmente foram alteradas,
mas a essência da Batalha das Doze Casas continua lá. O pano de fundo é o
mesmo: os Cavaleiros de Bronze precisam atravessar todo o Santuário para salvar
a vida de Atena e lutar contra o impostor que busca se livrar da reencarnação
da deusa. Nesse quesito não há nada de remake no filme.
Infelizmente,
as mudanças feitas na história para dar “uma
nova cara” aos Cavaleiros foram um pouco decepcionantes. Por um lado, o
começo
é realmente bom. A personalidade mais brincalhona de Seiya, por exemplo,
funciona
muito bem, assim como a ambientação do filme em um mundo mais atual e
moderno. A história também é apresentada de uma forma muito bacana e até
as lutas iniciais
são divertidas. Porém a parte boa se restringe apenas à primeira meia
hora.
Da metade para frente, o filme perde totalmente o rumo. Temos
um “mini musical”, uma série de lutas rápidas e corridas e um final, no mínimo,
estranho. A obra deixa de lado a essência de Saint Seiya, ignorando
completamente o apelo emocional, a luta pelos amigos e o “se reerguer pelo bem
e pela justiça”. Tudo fica genérico e sem emoção. Vários personagens são
brutalmente modificados e outros totalmente negligenciados. Além disso, o filme
insere elementos muito característicos da cultura audiovisual japonesa, como por
exemplo, robôs gigantes e kaijus, o que foge muito da linguagem original da
franquia e deixa uma sensação estranha no espectador.
Mesmo tentando encarar a novidade com um olhar diferente, é difícil
dizer que A Lenda do Santuário foi um bom filme. A obra agrada em alguns
momentos, mas erra muito mais do que acerta. A falta de intensidade e emoção no
desenrolar da história deixa tudo muito entediante e quase sonolento.
Infelizmente a tentativa de agradar ao mesmo tempo os fãs da série e conquistar
um novo público falha em ambos os aspectos.
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