Partindo daquele velho princípio que nos, seres humanos, só
conseguimos usar cerca de 10% da nossa capacidade cerebral, o que você imagina
que seriamos se, de repente, tivéssemos acesso aos outros 90% de nosso cérebro?
Poderíamos voar? Teríamos poderes psíquicos? Seriamos super fortes e inteligentes?
É nessa ideia que Lucy se baseia para ser uma espécie de ação fantasiosa.
O filme conta a história da inocente Lucy (Scarlett
Johansson) que por um capricho do destino acaba envolvida com o tráfico
internacional de uma nova droga sintética desenvolvida na Ásia. A moça é
sequestrada e obrigada a ser uma mula, ou seja, transportar o produto ilegal
até outro país. Para isso, os vilões inserem uma pequena bolsa dentro do seu
estômago. Logo a tal bolsa rompe e Lucy recebe uma dose cavalar da nova droga
que, magicamente, permite que ela use 100% de sua capacidade cerebral. Então, a
jovem parte em busca de vingança e respostas, usufruindo de seu novo arsenal de
poderes.
Dirigido por Luc Besson, de O Quinto Elemento, o filme é
audacioso. Ele discorre sobre até onde a evolução poderia levar o ser humano e
sobre o poder oculto de nosso cérebro, fazendo uma longa viagem que começa lá na
criação do universo. Pessoalmente, não achei a ideia ruim, porém o resultado na
telona foi quase desastroso.
O filme tenta ser profundo, mas tropeça nas próprias pernas
em um misto de “enredo complexo” e “filme pipoca” que, no fim, não consegue ser
nenhum dos dois. As cenas de ação são repetitivas e, pra mim, careceram de um
pouquinho de imaginação e originalidade. O desenrolar da trama não tem muito sentido,
assim como a protagonista, que não sabe qual o seu propósito agora que possui
um imenso poder sobrenatural. A obra aposta no carisma de Scarlett Johansson para
agarrar o espectador, mas nem ela conseguiu me salvar do tédio.
Perdido entre inserts de imagens de animais e do cosmos, tiroteios e uma completa falta de propósito, o filme
beira a categoria do “non sense” e decepciona em todos os níveis possíveis e imagináveis.
A personagem não se desenvolve, limitando a atriz a interpretar um ser
sobrenatural e (quase) sem emoções que faz as pessoas levitarem e serem
atiradas para longe com um movimento da mão, no melhor estilo Jedi. A cena de perseguição
de carro é tão absurda e desconexa com o resto do filme que incomoda. Os
personagens coadjuvantes não tem praticamente relevância nenhuma para a trama, e por ai vai.
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